Por Ursula Jahara
10/Dez/2009
Os aprendizados vão chegando diariamente - o que inclui como nos relacionamos com cada um desses aprendizados. Um dos aprendizados em minha vida foi a alimentação energéticamente viva, e continua sendo, pois comer uma alimentação 'crua-viva' (70%, 80%, 90% ou 100%) não significa que sou superior a alguém - e esse vem sendo um grande aprendizado nos últimos anos. Isso é o que quero compartilhar com vocês hoje.
Interessantemente recebi um email newsletter de um canadense que é muito pé no chão quando a questão é 'alimentação viva-crua'. Frederic Patenaude não pretende impor nada a ninguém, e por mais que se alimente dessa forma e trabalhe dentro dessa linhagem da alimentação (muito bem sucedido por sinal) ele consegue enxergar o que eu também venho colocando em evidência ano após ano - o complexo de superioridade dos 'rótulos' crudivoro, vegetariano, vegano e assim por diante. Esquece! Nada de rótulos! Afinal, quando rotulamos alguma coisa, criamos barreiras, e consequentemente desavenças.
Outro dia estava eu conversando com familiares sobre a alimentação viva, e escolhas que fazemos em nosso dia a dia, e comentei sobre algumas observações (não julgamentos-críticas) que venho fazendo em relação a postura de algumas pessoas que tem sido tidas como 'gurus' dentro dessa escolha nutricional - tanto aqui no Brasil quanto no exterior. Me lembro que 9 anos atrás, morando na California, eu tive o privilégio de participar de uma palestra (entre várias) com um grande 'guru' (hoje em dia) da alimentação viva, e como eu estava iniciando nessa jornada, automaticamente me deixei levar por palavras que hoje em dia eu não sigo a risca. Essas palavras - "A alimentação cozida é veneno" e "...uma vez entrando na alimentação viva, você automaticamente irá buscar novos amigos, deixando para trás pessoas que não seguem esse estilo de vida..." - foram proferidas na palestra e escritas em seu livro sendo tidas como regra absoluta (um choque!). Leio-as novamente e chego a dar gargalhadas, pois essas afirmações levam pessoas a se excluirem, a se sentirem 'superiores' em relação a outras, a criarem barreiras e não pontes de integração, de união. O amor que eu sinto por amigos de longas datas, por pessoas, por animais, nada tem a ver com o modo que cada um se alimenta - vai muito além dessa simples vírgula (importante, mas apenas uma vírgula) que o alimento ingerido representa em nossa vida.
A minha intenção com essa Mistura Viva é de apenas difundir um meio mais in natura de se nutrir, e não para criar uma 'religião' - um complexo de superioridade - dentro dessa escolha puramente individual e, muitas vezes local.
Aqui nessa Mistura Viva o foco principal é mostrar caminhos diferentes, não apenas o meu caminho escolhido, mas incluindo o caminho de todos aqueles que vem também trabalhando com a alimentação viva-crua no Brasil.
Aqui a intenção principal é a integração de idéias, e a escolha de cada um de como irá utilizar cada idéia.
Aqui ninguém dita o que é certo e o que é errado - cada um sabe a vida que leva e quem somos nós para julgar o que o próximo comeu e está comendo? E como diz uma frase que li há pouco tempo - 'Quando julgamos uma pessoa, não temos tempo para amá-la.' O máximo que podemos fazer é repassar, orientá-lo para uma alimentação mais vibracional e nutricionalmente equilibrada, energizada.
Aqui a minha escolha é de repassar essas informações que acredito que são válidas para todos - generalizando - apesar de não saber ou conhecer a condição de vida de todos os habitantes desse planeta Terra.
Aqui a gente aprende que somos humanos acima de tudo, e que buscamos o amor - entre seres vivos - muito mais do que uma alimentação dita como a 'ideal'.
Juntos vamos caminhando, não para criar regras, mas acredito que para DESregrar o que foi dito / imposto como sendo o único meio de utilizar um alimento - através do cozimento, da industrialização, da química, da desvitalização e assim por diante.
Aqui nos reconectamos a beleza e integridade que cada alimento oferece - incluindo cores, sabores, texturas, tamanhos, cheiros.
Aqui a palavra chave é RECONECTAR, e não desconectar!
Respeitando - nosso corpo. Respeitando - cada ser vivo. Respeitando - o planeta!
Abaixo compartilho - com autorização do autor - o email que Frederic Patenaude encaminhou (em 09/12/09) sobre 'O Complexo de Superioridade CRU': (traduzido para o português utilizando o Google Tradutor)
O complexo de superioridade Raw
Quando eu me tornei um raw-foodist, cerca de 10 anos atrás, eu
remete à minha vida anterior a minha descoberta de matérias-alimentos como
"Quando eu era cozido" e eu ia muitas vezes expressar contrariedade com
meus "cozido" amigos e familiares. Muitos dos meus vegetariano
amigos vão fazer uma distinção entre os seus amigos veggie
e seus "carnívoras" uns.
Mas agora, eu não sou mais ligado à definição de minha identidade
através de uma orientação de dieta, tais como Foodism-prima,
veganismo ou vegetarianismo.
Muitas pessoas desenvolvem uma espécie de complexo de superioridade quando
mudar as suas dietas, especialmente vegans-prima. Eu sei que,
porque isso aconteceu comigo, e eu já vi isso em outros.
Como matéria-foodist, eu dei a impressão de que eu estava
muito forte a fim de manter uma disciplina e
estilo de vida saudável -, enquanto outros estavam apenas desejando que eles
poderia ser, mas não quer ter a coragem de fazê-lo, ou
ainda não tinha percebido a verdade dele. Mas isso é real
força?
Lembro-me de um evento quando eu estava morando na Califórnia. Eu estava
depois de se envolver na cena do cru-alimento lá, e assim
muitas pessoas começaram a conhecer-me como um "cara-prima alimentar."
Um dia, eu estava fazendo compras em uma loja local de saúde alimentar e
em seguida, reconheceu a pessoa na fila atrás de mim a partir de uma matéria-prima alimentar
potluck. Ele parecia um pouco nervoso e eu não percebi porquê.
Ele estava quase a tremer quando ele me disse: "Você sabe, eu sou
quase 100% cru agora. Mas eu ainda não sou perfeito ainda - eu
ainda tenho um pouco de pão, você sabe. Eu estou chegando lá! "
Então eu observei, entre a grande pilha de frutas cruas e
legumes que estava comprando alguns itens cozidos, como pão
e salgadinhos de milho, e eu percebi que ele havia ficado nervoso quando
ele me viu, porque ele pensou que eu estava indo para julgá-lo
por não estar a 100% de matéria-foodist.
Outra vez eu organizei um evento do cru-alimento na minha cidade natal. A
amigo meu, que tinha tentado matérias-Foodism não era mais um
matérias-foodist, me ajudou a organizá-la. No dia do evento, o meu
amigo estava com fome e comprei alguns sushi em um local
restaurante. Ele trouxe esse ao longo do evento.
Quando o nosso guru mostrou-se, meu amigo estava comendo seu sushi
(Com arroz e peixe, pelo amor de Deus!). Eu realmente senti
desconfortável naquele momento e disse-lhe que talvez ele
deve ir comer que em outros lugares. Basicamente, eu perguntei-lhe para se esconder
para comer, para que todos pensariam que estávamos
matérias-foodists.
No dia seguinte, fomos com alguns amigos e do guru a uma
restaurante vegan local que aconteceu a servir algum alimento cru
pratos. Todos ordenou a farinha crua, exceto o meu amigo que
ordenou um prato de arroz e comeu-o sem culpa em frente da nossa
guru-prima. Essa era uma chamada wake-up para mim. Meu amigo não era
vergonha de ser quem ele era. Ele não sente qualquer pressão para
comer cru só porque um guru do cru-alimento estava presente. Ele não fez
queremos dar às pessoas a impressão de que ele era alguém
outra coisa.
Muitas vezes, buscamos conforto emocional em nossa dieta. Acabamos
o que nos define através de nossas dietas. Como eu fiz, eles que se
como a única solução para todos os problemas da humanidade - um
verdade que só parece tão óbvio para nós, mas que o resto do
o mundo está cego demais muito ver.
Mas isso nos faz sentir como se tivéssemos a nossa vida sob controle.
Indo na raiz de problemas mentais e emocionais para depurar
eles é trabalho duro, mas controlando a nossa dieta é
fácil.
Alguns alimentos cozidos são melhores do que alguns
alimentos crus
Whole alimentos crus são muito saudáveis. No entanto, muitos cru-alimento
receitas não são. Se eu realmente olhar para trás e pensar em tudo
as vezes que eu tenho experimentado algum tipo de digestivo
angústia na minha vida adulta, grande parte destes
eventos vieram de comer cru alimentares receitas.
Estas receitas tendem a confiar pesadamente em nozes, sementes, óleos,
feijões germinados e vegetais amiláceos - todos os alimentos que são
geralmente difícil digestão quando consumidos em grandes quantidades.
Para acrescentar a isto, raw-food receitas são generosamente salgados e
temperada, a fim de excitar as papilas gustativas para o mais alto
grau e fazer as pessoas orgasmos boca de experiência, que irá
de boca em boca aumentar o valor percebido do
chef.
Eu ouço queixas muito mais como: "Oh, eu comi demais", ou
"Estou com dores no meu estômago", ou "eu não deveria ter
comido isso ou aquilo ", depois de um potluck-prima que depois de um
potluck vegetariano regular!
Eu não estou dizendo que os alimentos cozidos são melhores, mas apenas que
há muitos alimentos crus que são mais difíceis de digerir do que
alimentos cozidos, e que só porque é cru não faz
que "santo" ou "sagrado".
Frédéric
P.S. Não há "dos" ou "donts" ... se comer alguma coisa
que te faz feliz, por todos os meios têm. Mas você pode notar
depois de um tempo que o prazer que você sair dela não é
vale a pena o impacto negativo que tem sobre seu corpo ... por isso é
apenas uma escolha, e eu não estou aqui para fazer isso por você! Eu só
acredito que você pode comer cru e tem um monte de diversão ao mesmo tempo
tempo!
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The Raw Superiority Complex
When I first became a raw-foodist, about 10 years ago, I
would refer to my life prior my discovery of raw-foods as
"when I was cooked" and I would often express annoyance with
my "cooked" friends and family. Many of my vegetarian
friends will make a distinction between their veggie friends
and their "carnivorous" ones.
But now, I'm no longer attached to defining my identity
through a dietary orientation, such as raw-foodism,
veganism, or vegetarianism.
Many people develop a sort of superiority complex when they
change their diets, especially raw vegans. I know it,
because it happened to me, and I've seen it in others.
As a raw-foodist, I gave out the impression that I was
really strong in order to maintain such a discipline and
healthy lifestyle - while others were just wishing they
could be, but either didn't have the courage to do it, or
hadn't yet realized the truth of it. But is that real
strength?
I recall one event when I was living in California. I was
then becoming involved in the raw-food scene there, and thus
many people started to know me as a "raw-food guy."
One day, I was shopping at a local health food store and
then recognized the person in line behind me from a raw-food
potluck. He looked a bit nervous and I didn't realize why.
He was almost shaking when he told me: "You know, I'm
almost 100% raw now. But I'm still not perfect yet - I
still have some bread, you know. I'm getting there!"
Then I noticed, among the big pile of raw fruits and
vegetables he was buying, a few cooked items such as bread
and corn chips, and I realized that he had been nervous when
he saw me because he thought that I was going to judge him
for not being a 100% raw-foodist.
Another time I organized a raw-food event in my hometown. A
friend of mine, who had tried raw-foodism was no longer a
raw-foodist, helped me organize it. The day of the event, my
friend was hungry and bought some sushi at a local
restaurant. He brought that along to the event.
When our guru showed up, my friend was eating his sushi
(with rice and fish, for God's sake!). I really felt
uncomfortable at that moment and told him that maybe he
should go eat that elsewhere. Basically, I asked him to hide
to eat, so that everyone would think that we were both
raw-foodists.
The next day, we went with some friends and the guru to a
local vegan restaurant that happened to serve some raw-food
dishes. Everyone ordered the raw meal except my friend who
ordered a rice dish and ate it without guilt in front of our
raw guru. That was a wake-up call for me. My friend was not
ashamed of being who he was. He did not feel any pressure to
eat raw just because a raw-food guru was present. He did not
want to give people the impression he was someone
else.
Often, we seek emotional comfort in our diet. We end up
defining ourselves through our diets. Like I did, they we it
as the one solution for every of humanity's problems - a
truth that only seems so obvious to us but that the rest of
the world is too blinded too see.
But it makes us feel like we have our life under control.
Going at the root of mental and emotional issues to depurate
them is hard work, but controlling our diet is
easy.
Some cooked foods are better than some
raw foods
Whole raw foods are very healthy. However, many raw-food
recipes are not. If I actually look back and think of all
the times that I've experienced some sort of digestive
distress in my adult life, a great proportion of these
events came from eating raw-food recipes.
Those recipes tend to rely heavily on nuts, seeds, oils,
sprouted beans and starchy vegetables - all foods that are
generally difficult to digest when eaten in large amounts.
To add to this, raw-food recipes are generously salted and
spiced in order to excite the taste buds to the highest
degree and make people experience mouth orgasms, which will
by word of mouth increase the perceived value of the
chef.
I hear a lot more complaints like, "Oh, I ate too much," or
"I'm having pains in my stomach," or "I shouldn't have
eaten this or that," after a raw potluck than after a
regular vegetarian potluck!
I'm not saying that cooked foods are better, but just that
there are many raw foods that are harder to digest than
cooked food, and that just because it's raw doesn't make
it "holy" or "sacred."
Frédéric
P.S. There's no "dos" or "donts"... if eating something
makes you happy, by all means have it. But you might notice
after a while that the pleasure you get out of it is not
worth the negative impact it has on your body... so it's
just a choice, and I'm not here to make it for you! I just
believe you can eat raw and have a lot of fun at the same
time!
...
10 de dez. de 2009
O complexo de superioridade CRU
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Ursula, esse post foi demais!! Tanto o seu texto quanto o do Frederic! Acho que precisamos de mais textos assim amiga!! Amei mesmo!!!!!!
ResponderExcluirBjs e mta luz pra ti sempre
Dea
Dea, gratidão pela visita de sempre!
ResponderExcluirBjs!!
Um grande médico brasileiro, já falecido, Antonio da Silva Melo, disse em uma de suas obras literárias,"Alimentação Instinto e Cultura", que as pessoas vegetarianas que ele conheceu durante a vida eram possuidoras de um evidente complexo de inferioridade. Demorei a aceitar isto, visto que na época eu já tinha mais de 5 anos de vegetarianismo. O tempo mostrou-me que ele tinha razão. Esse complexo de inferioridade pode então ser transformado em um complexo de superioridade indisfarçavel. Porém podemos perceber isso e curar esse problema. Continuem lendo. Abraços.
ResponderExcluirUrsula, muito bom!
ResponderExcluirTalvez a maior dificuldade das pessoas, hoje em dia, seja se abrir para o diferente do que estão acostumadas.
Tudo de bom, bj, Ary