2 de jun. de 2009

Alimentação Energéticamente Viva no Sítio de Maria Luiza Branco, idealizadora do Projeto Terrapia

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por Ursula Jahara
29/05/2009


Para fechar o mês de Maio, nada mais vivo do que práticas diárias de Yoga e claro, um almoço pra lá de vivo no Sítio de Maria Luíza Branco - responsável pelo Projeto Terrapia* realizado na FIOCRUZ, Rio de Janeiro - ao meio de muito verde e um clima de deixar as plantas sorridentes e ainda mais coloridas (a chuva fininha que chegou para acariciá-las) esse almoço foi mais do que especial, pois foi simples, vivo e real.

Mais do que palavras, as fotos no link abaixo mostram cores e o envolvimento de cada uma de nós nesse almoço energéticamente vivo - http://www.flickr.com/photos/misturaviva/sets/72157619037005837/

Eu poderia sentar e escrever sem parar sobre a proposta, a simplicidade e felicidade que Maria Luíza tem em repassar informações sobre a alimentação viva, mas aproveito as palavras dela - abaixo, postadas na entrevista 'Ecologia Interior' concedida a Editora Mãe Terra, resumindo seu próprio trajeto.

Mãe Terra: Para resolver esse desequilíbrio de nosso ecossistema interior, a senhora defende uma mudança de hábitos alimentares, através da alimentação viva. O que é o alimento vivo? E como se processaria essa mudança de hábitos, considerando-se que há um forte componente cultural em nossa alimentação?

Maria Luíza Branco – Não defendo nada, porque quem defende pressupõe um ataque. Nada disso! Estamos propondo apenas uma (re) leitura dos caminhos que o ser humano vem trilhando que, às vezes, nos parecem meio bêbados. Atualmente, muitas belas descobertas têm auxiliado a revelar mundos desconhecidos, além do que a informação vem ampliando a grande conversa planetária. Temos a tecno-ciência e a aproximação da ciência com a espiritualidade – contribuindo para isso numa grande convergência harmônica. Tudo caminhando perfeitamente. Mas se podemos colaborar para uma vida mais leve e fácil para todos, precisamos propor fazer uns ajuste urgentes. Entre esses, a nossa atenção se voltar para a alimentação. Os valores culturais pautados na aparência – e, aqui o exemplo da tintura dos cabelos é válido – acompanha a busca pelo prazer imediato, sem o uso da razão. A Alimentação Viva, também chamada de alimentação consciente, é um chamado para uma reflexão profunda sobre o viver com as origens. Nossas orientadoras são as Sementes em processo de germinação. O despertar da vida latente, carregado de energia vital, acordando dentro de nós – a vida que somos. Uma alimentação que vai nos fazer escolher a cada dia a prioridade da vida dos vegetais, nossos complementares na vida neste planeta. Aliás, segundo a teoria de Gaia, vegetais e animais se complementam. Complementando a sua pergunta: a alimentação viva é aquela baseada no consumo de sementes germinadas, brotos e vegetais frescos, maduros, de cultivo ecológico, sem passar pelo fogão ou a geladeira. Chamados de Biogênicos e Bioativos, eles possuem a capacidade de ativar a vida dentro de nós, favorecendo a regeneração constante, assim como a eliminação de toxinas, organização de fluxo de energia, contribuindo para a reorganização original da fisiologia e da composição da flora do nosso ecossistema interior. Tudo isso considerando que a vida se alimenta de vida onde os produtos provenientes da terra, são apenas parte deste processo. Finalmente, nossa alimentação é muito mais do que aquilo que entra pela boca, como todos sabemos! É o ar que respiramos, a água que bebemos e o sol que nos aquece. São as relações de convívio social, os afetos que constroem a trama e nos fazem viver em sincronicidade “uns com os outros”. Assim, a prática da escolha alimentar é um modo de viver, um estilo de vida se preferir. Aproximar-se da produção dos alimentos, conhecer a vida das sementes e sua trajetória no planeta, a origem dos vegetais cultivados e o agricultor que dedica sua vida a essas criaturas são os temperos desta caminhada. Com esta atitude, estamos rompendo com estruturas muito fortes de nossa cultura e abrindo caminho para que novas idéias surjam. A cultura alimentar baseada no consumo inconsciente movida pelo prazer vêm sendo apontada como a maior contribuição para o aparecimento das doenças da civilização. O atual caminho da saúde pública (promoção da saúde) vem exatamente estimulando as pesquisas que inovem as práticas alimentares, acompanhadas de atividade física, como resposta aos chamados determinantes da saúde. Assim, criando os espaços de apoio social a mudança de hábitos, a saúde pública vem envolvendo cada vem mais a população nos cuidados diretos com a saúde, informando, abrindo espaços para atuações, fortalecendo habilidades, numa construção coletiva sobre a saúde individual (que chamamos organização do ecossistema corporal), através de ações de impacto cultural. O processo de mudança será sempre individual, que por sua vez afetará seus pares, disseminando e ampliando a rede. Cada um irá definir seu processo. Encontraremos companheiros, mas não respostas, pois a pesquisa é sempre individual e estaremos coletando informações do nosso próprio banco de dados – a “biblioteca da vida”, a memória celular da espécie – onde estão reunidos os conhecimentos da nossa ancestralidade. A idéia é que com esta caminhada recupera-se o valor do conhecimento intuitivo e do conhecimento compartilhado, assim como a sabedoria popular sobre sinais de saúde, confiança na regeneração da natureza e tolerância com os ciclos e estações do ano.

Leia a entrevista na íntegra, clique aqui.

“Tembiu porã, aguijeveté”



*Projeto Terrapia - Alimentação Viva na Promoção da Saúde e Ambiente - http://www4.ensp.fiocruz.br/terrapia/?q=apresentacao

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