23 de mar. de 2009

É hora de Re-Conectar...

Por Ursula Jahara - 23 de Março de 2009.

Dentro do ônibus, indo em direção ao Centro da cidade - Rio de Janeiro, olho ao redor e o que eu vejo - diversidade. Pessoas. Diferencial. Olhares e histórias únicas e unidas, ali aos milhões. Corpos - tranquilos / agitados, amigáveis / raivosos, saudáveis / intoxicados. Intoxicados pelo sistema que nos 'impõe' essa intoxicação - as vezes na grande cidade, me pergunto - 'pra onde correr?'. Ar, água, alimentos, som, pessoas saindo pela culatra, bueiros entupidos, carros em demasia, motoristas enlouquecidos...'tudo' poluído - cidade grande. Sistema!

Resolvi fazer uma caminhada, uma trilha nesse último final de semana - no morro do Pão de Açúcar, pedindo paz, ordem, consciência, e mais contato com a natureza - essa que tanto tem a nos ensinar e oferecer. É dela que saem os alimentos que ingerimos, e que matamos. É dela que a sabedoria da cura, as ditas 'cápsulas' curadoras surgem. É ela - nossa mãe terrena. Ignoramos seu poder. Nos desconectamos achando que em outro espaço encontraremos a PAZ. Fazemos caras e bocas, impinamos nossos narizes, falamos demais e sentimos de menos, temos medo de nos reconectar. Será?! Ou apenas não estamos conscientes o suficiente para querer esse 'reconectar' - eu estou, e eu quero, e eu busco!

Somos um grande formigueiro humano, um tanto desorganizado, conturbado. Corremos, corremos, corremos para chegar - não sei exatamente aonde. Quem somos?? Aonde vamos?? Tanta informação que hoje em dia encontramos dentro de pequenos pedaços de papéis (vindos da nossa mãe terrena) - livros, revistas, folhetos, e etc, etc, etc - e também dentro dessa caixa que armazena milhares de informações - o computador. Tantas informações, e muito feito com tanta falta de consciência. Tanta informação armazenada por inteira ou pela metade em nossa, também, caixola - nossa mente, que quando vemos estamos vivendo ali dentro apenas. Podemos fechar os olhos e viver uma vida paralela a que vivemos nesse mundo dito 'real'. Criamos, sonhamos, idealizamos, subimos montanhas, viajamos ao outro lado do planeta, pensamos, pensamos...mas continuamos aqui dentro - dessa caixola.

Dentro de um escritório nesse momento, me vejo assim, pensando e exterioziando esse pensamento, essa minha vontade de mudança, aqui, nessa caixola virtual que me 'conecta' a tantos. Comunicação é o que não falta. Muitas vezes o que realmente precisamos é calar. Calar a mente. Sentir e ver, além dos olhos, o que e quem nos rodeia, principalmente nós mesmos.

Reconectar com a mãe terrena. Respeitando-a e respeitando-nos. A integração do externo com o interno - da realidade com o sonho - do corpo com a mente - compreendendo que somos TODOS responsáveis pela mudança que vem ocorrendo ao nosso redor e dentro de nós. Compreendendo que cada um de nós deve 'plantar' todos os dias algumas sementes, por mais pequenas elas sejam, pois muitas vezes são dessas pequenas sementes que colhemos o que há de mais importante - a troca - da mãe terrena para nós, de nós para a mãe terrena, e claro, entre nós - Seres Vivos, Seres Humanos.

Quero consciência, quero integração, quero e busco.

Muita paz! Sabedoria! Respeito! E principalmente amor - reconectando!

3 comentários:

  1. Anônimo23:24

    E ai sula, bacana o que escreveu.
    Temos que observar mesmo a vida a nossa volta. mas saiba de uma coisa, todo esse caos e cobrança é reflexo de uma unica coisa: A PORCARIA DO DINHEIRO
    isso é que move o mundo e que acaba com tudo.
    gostaria de viver em contato pleno com a mãe terra e o plano superior, com a vida e o que a natureza pelna pode nos proporcionar.
    vejo conatantemente animais mortos em meu caminho p casa e sempre penso "como pode alguem atropelar um animal que simplesmente ta passando na rua!!!!" e a resposta que tenho é a mais triste possivel "pq ninguem se importa com a vida, com a natureza".
    tatu, prea, raposa, lagartos... ninguem liga! simplesmente passam por cima com o carro novo que compraram com a porcaria do dinheiro.
    Vivemos nesse sistema capitalista idiota e que não vive sem o dinheiro. crises, lucros, hiper inflação, pib, tudo, TUDO, está escrito e previsto no sistema capitalista.

    Sofredores são os elementos da natureza que nascem, crescem, reproduzem-se e morrem para deixar a vida cada vez mais verde para simplesmente chegar alguem e cortar uma arvore que demorou 100 anos p atingir uma altura pq a madeira vale dinheiro.

    essa semana mesmo o governo do canada liberou a matança das focas e seus filhotes, pq??? só pelo dinheiro.

    o mundo só vai mudar, as pessoas só entenderam o que é respeito ao proximo quando se depararem com os valores puros e simples que vemos todos os dias sendo massacrados pelo LUCRO TOTAL.e esses valores, só seram valores, quando não tiver o dinheiro no meio, pq o verdadeiro valor, vem de uma simples cemente que brotou depois de uma chuva, ou as algas e seres do mar que são mortos pelo derramamaneto de esgoto e petroleo no mar.
    pq são eles que geram o basico, a vida, o ar que respiramos.

    bjsss

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  2. Anônimo23:25

    Que lindo,
    Vejo que ainda pensamos muiiiiiiiito parecido,sinto isto tb,esta loucura toda esta correria ,fico me perguntando pra quê? pra onde? nada faz muito sentido dentro deste sistema que nos foi imposto e que acabamos seguindo mesmo quando como nós não o aceitamos ,o que nos faz ceder e viver esta vida estressante e sem sentido REAL?
    Estou me perguntando isto todos os dias, a cada momento, e sei que não é isto o que quero pra mim apesar de toda pressão extern p/ que vc ceda.
    Fico confabulando mil saidas deste labirinto,sei que uma hora vou achar a saída p/ a realização pessoal plena. Vamos conseguir!
    Um suer abraço,

    Milene*

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  3. Anônimo15:06

    O som do silencio !!!!

    Rubem Alves: O Som do Silêncio

    ESCUTATÓRIA

    Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória.

    Mas acho que ninguém vai se matricular.

    Escutar é complicado e sutil. Diz Alberto Caeiro que "não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma". Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas.Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia. Para fraseio o Alberto Caeiro:

    "Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma".

    Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpitar melhor,sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos... Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64. Contou-me de sua experiência com os índios.

    Reunidos os participantes, ninguém fala.

    Há um longo, longo silêncio. (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, abrindo vazios de silêncio, expulsando todas as idéias estranhas.). Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial.

    Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito,pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que ele julgava essenciais. São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou.

    Se eu falar logo a seguir, são duas as possibilidades. Primeira: "Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou.

    Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado". Segunda:

    "Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou". Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada. O longo silêncio quer dizer: "Estou ponderando
    cuidadosamente tudo aquilo que você falou". E assim vai a reunião. Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos.

    E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir. Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras. A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa.

    No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar. Para mim, Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá
    também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.

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