20 de fev. de 2009

Minha Jornada dentro da Alimentação Viva

Por Ursula Jahara - Agosto/2007


Aqui compartilho parte dessa minha jornada dentro da alimentação energeticamente viva - raw living foods.

Antes de falar sobre minha jornada com a alimentação viva, irei contar um pouco sobre como essa conexão com a alimentação se iniciou.

Desde pequena sempre fomos – eu e meus irmãos – acostumados a mesa farta, tanto em casa, quanto na casa dos meus avós maternos. Mesa farta no sentido de muita variedade – frutas diversas, verduras com colorações diferentes, raízes, legumes, vegetais variados, frutas secas, castanhas, entre outras muitas coisas. Não crescemos com batatas fritas, arroz branco (leia-se hiper refinado) e bife. Aliás, aos 5 anos de idade eu já não mais sabia o que era comer carne de animais mamíferos, graças a minha grande mãe, Virgínia Jahara (autora do livro ‘Rebirthing, O Novo Yoga, editado pela Ed Pensamento). Aos 10 anos de idade comecei a questionar e olhar para aqueles franguinhos assados, sem mais desejá-los. Por que eu estava comendo a carne, o corpo daquele animal? Meu corpo, minha mente começaram a rejeitar aquela idéia.

Em minha adolescência, apesar de permanecer vegetariana, diríamos, SEM comer animais, a alimentação ainda era bastante processada, industrializada, alimentos refinados, e etc.

O tempo foi passando... e mais informações, mais percepção, mais sensibilidade para o que eu estava colocando para dentro de meu próprio templo – meu corpo.

Em meados de 2001, morando na Califórnia, entrei em contato com a 'alimentação viva', quando participei de uma palestra com David Wolfe (www.davidwolfe.com) em Huntington Beach, sobre os benefícios, a vibração, a simplicidade, a realidade, a natureza de uma alimentação natural-crua-viva, e não desnaturada pelo cozimento, pelo processamento, industrialização, e assim por diante. Fiquei fascinada com tanta informação iluminada e o mais importante – o simples dentro do 'já' complexo! Além do jantar que foi oferecido por uma Raw Food Chef – Ursula - que hoje em dia tem um fantástico e delicioso restaurante chamado GoodMoodFood. Nesse periodo eu me alimentava de 60% “vivo”, 40% cozidos, ou sei lá o que, mas sempre do reino vegetal.


Em 2002, segui para uma viagem a India por 4 meses, onde foi praticamente impossível (ou por falta de vontade maior) permanecer, ou dar continuidade a alimentação viva, pois morando e trabalhando em um centro de meditação e viajando pela India, muitas vezes 'dependia' do que estava disponivel em tais lugares.

Em Abril de 2003, de volta ao Brasil, o caminho da alimentação viva me atraiu novamente. Entrando em contato com o trabalho belissimo que a Ana Branco faz na PUC no Rio de Janeiro, comecei de novo a me unir a esse estilo de vida.


Em Novembro de 2004, participei do Congresso Vegetariano Mundial que aconteceu em Florianópolis, no sul do Brasil. Naquele momento, pessoas, e 'luzes' me cercaram de uma forma que me fascinou.

Congresso Vegetariano Mundial, Florianópolis, 2004

A alimentação viva estava presente no congresso e foi demonstrada, não apenas por Ana Branco e sua equipe, mas também por Dr. Alberto Gonzalez (responsável pelo projeto Oficina da Semente e autor do livro "Lugar de Médico é na Cozinha"), por Aris La Tham (que deu palestra e demonstração fabulosa), Victoria Bontenko, além de outros estrangeiros - raw foodists - que palestraram no congresso.

A troca de informações foi intensa, pessoas que cruzaram meu caminho me fizeram enxergar novamente a beleza da alimentação energéticamente viva. Retornei ao Rio respirando aquela energia.

Em Dezembro de 2004, fui ao encontro de amigos, uns vegetarianos e outros no caminho do ‘vivo’ (Milene Mattar, Flávio Passos, Ana Virginia, Alexandre, Rodrigo, Léo Tolentino...) em Belo Horizonte, MG (e aqui deixo meu grande beijo e sorriso a Milene e sua família que me receberam com braços mais do que abertos). Uma semana espetacular de pura energia CRUA. No primeiro dia, pequena demonstração ‘viva’ (experimental) com Flávinho (Flávio Passos); os outros dias foram tomando forma (Milene Mattar e Léo Tolentino presentes!) - experimentos de pratos muito coloridos, brotos diversos, sabores ricos, e uma energia contagiante!

No início de 2005, entrei em contato com Dr. Alberto Gonzalez (pessoa super querida) e fui ao encontro dele na Lapa, onde me apresentou seu projeto – Oficina da Semente. Trabalhando naquele momento em meu escritório no Centro do Rio, consegui apenas alguns dias da semana para colaborar e participar, juntamente com alunos de medicina da Estácio de Sá, da Oficina da Semente.
Tree of Life Café - Patagonia, Arizona

Em 2006, retornei à California, e junto a meu braço direito - Chris, venho participando de diversas palestras na área – perguntas e respostas com Dr. Gabriel Cousens em seu espaço – Tree of Life – na Patagônia, AZ;

Dr. Gabriel Cousens - Tree of Life

David Wolfe, em Santa Barbara, CA; Jennifer Cornbleet (autora do livro ‘Raw Food Made Easy’), em CA; um dia no Optimun Health Institute, em San Diego – um espaço que ensina as pessoas sobre a alimentação, e inclui doses diárias do suco de WheatGrass “Grama de Trigo”; David Cramar (conhecido como “The Grassman”, quem trabalhou no Optimun Health Institute em San Diego, CA, por 7 anos, e vem repassando essa informação a milhares de pessoas nos últimos anos, além de doar e vender suas bandejas de WheatGrass “Grama de Trigo” a diversas pessoas e estabelecimentos em Riverside County, CA); visita e degustação de pratos criativos com alimentos crus nos restaurantes GoodMoodFood, Cilantro Live, Neshama (atualmente Greenery), Tree of Life Café - Arizona (foto acima), e muitos encontros de pessoas já há anos nesse estilo de vida e outros interessados pelo assunto, além de CRUzinhar em casa!

Entre 12 a 15 de Outubro de 2007, participei / voluntariei no Raw Spirit Festival realizado em Sedona, Arizona (clique aqui para ver vídeo, filmado e editado por mim, do evento) - evento que agrupou alimentação viva, desenvolvimento eco-sustentável, meditação, yoga, paz e harmônia - entre nós Seres Humanos e o planeta = o respeito e entendimento.


A jornada tem sido muito interessante, e uma vez que decidi entrar de cabeça, os alimentos estão se ‘tornando’ mais coloridos, mais saborosos, mais cheirosos, mais brilhantes, vibrantes, tudo tem um sentindo ainda maior. Priorizo alimentos orgânicos, frescos, NÃO genéticamente modificados – indo a feiras locais. Sementes diversas para germinar, geralmente compro em lojas de produtos naturais e, de preferência, orgânicas.

Como diz Aris La Tham, a mãe natureza realmente é sábia, e por que discutir com ela e tentar modificá-la, desnaturando, artificializando, industrializando, desnutrindo sua criação? Não seria isso uma falta de respeito com o natural, com o sugerido, o doado por ela?

Vejo na alimentação energéticamente viva uma grande troca. Da mãe natureza (ou como você queira chamá-la) para nós que somos parte dela. E de nós para ela. A troca de energia é constante! Não podemos negar que precisamos dela, e iremos precisar sempre, no entanto observamos o que vem acontecendo já há algum tempo – a falta de respeito com a mãe natureza vem criando desequilíbrios devastadores - externa e internamente. Quanto mais poluímos, mais essa é a resposta que estamos obtendo. No entanto, estamos correndo atrás de nosso próprio rabo “tentando” sanar essa situação.

Se nós precisamos da mãe natureza, ela, sem sombra de dúvida, não precisa de nós.

Enquanto continuarmos gerando a quantidade de lixo tóxico que estamos gerando quando é que realmente iremos dar as mãos ao nosso criador? Que ser evoluído é esse que tanto achamos que somos, se não conseguimos nos sensibilizar em relação a isso?

Muitos dizem que esse estilo de vida é radical. Interessantemente vejo o oposto. Vejo esse como sendo o simples, o real, o natural. Radical para mim, é comprar produtos encaixotados, que tem um ‘prazo de validade’ de até 2 anos, altamente artificiais, com ingredientes que entopem nossas veias, se alimentar de animais que foram massacrados (além de intoxicados) antes de chegar a mesa do ‘jantar’, se alimentar de produtos refinados pelo sistema, e achar que isso é o normal. Normal? Estamos precisando parar, respirar, nos conscientizar do que anda acontecendo ao nosso redor.

A alimentação energéticamente viva é, sem dúvida, um grande passo para o cuidado e respeito com ambos ambientes – o externo e o interno. São nos alimentos em seu estado natural, cru-vivo, que encontramos a combinação perfeita de nutrientes, enzimas, fibras, antioxidantes, e microorganismos. Nosso corpo não consegue funcionar propriamente sem eles. Nenhuma vitamina ou hormoneos podem finalizar o que lhes é destinado sem as enzimas e nenhum sistema imunológico pode permanecer intacto.

Se usamos combustível diferente do específicado para o nosso carro, não iremos muito longe. O mesmo acontece com nosso corpo - nosso templo - com o alimento danificado. Isso gera um estresse no organismo, levando a intoxicação, doenças, problemas de peso, e obesidade.

Se alimente de alimentos a natura, sem químicas, sem preservativos!

Como uma eterna aprendiz, a jornada é longa, descobertas ainda por vir, mas enquanto isso, saúdo a mãe natureza e agradeço pelo alimento que ela nos doa - ops! e mesmo dentro da mãe natureza existe veneno!

O mais importante de toda essa trajetória é a inclusão, em todas as refeições, de alimentos 'in natura'.

Aqui apenas compartilho essa base bonita, simples, nutritiva e viva!!

E lembre-se, mesmo fazendo utilização de alimentos sem a deteriorização da energia vital dos mesmos, é importante a inclusão de outros elementos, diriamos, 'alimentos' necessários para um corpo em sintônia, como: exercício, descanço, ar puro, respiração profunda, raios solares em nossa pele, alongamento, o toque, pensamentos construtivos, relacionamentos harmoniosos, interação com os animais, e saia do ar condicionado!!! :) Afinal, somos um conjunto de informações.

Deixo claro aqui, que esse é um caminho que venho escolhendo e que enxergo como sendo o natural, o real, o mais simples dentro do já complexo, porém jamais deixarei que isso interfira no meu relacionamento com familiares, amigos, e pessoas que cruzarem meu caminho por uma causa qualquer. Aprendi, nem sempre foi assim, a respeitar o andar de cada um - por mais Seres Humanos que todos somos, continuamos sendo seres únicos, com histórias diferentes, em lugares diferentes, com crenças diferentes, tradições... Bem, só não se esqueça que mesmo dentro de tradições, crenças, e etc, sendo um ser único, você também pode optar por mudar a sua rota, ou introduzir algo tão benéfico. Pense nisso!



A todos nós, um brinde
(com o néctar do côco) à vida!

Saúde e sejamos felizes!

Ursula Jahara Tinoco


“Que o alimento seja seu medicamento,
e que o medicamento seja seu alimento.”
Hippocrates

4 comentários:

  1. Que bom ouvir sua história, obrigada por postar!
    bjs

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  2. olá Ursula, achei seu blog um encanto!! Vc conhece a Rosellis (Restaurante Girassol em Brasília) e a Daniela que já viajou p/ os States e conhece aquela turma toda lá? Estamos com um projeto interessantíssimo em Brasília: Jardim de Gaia, entre outros. Talvez vc possa se unir a nós e somar em algum momento. Fiz um breve relato do caminho que trilhei até aqui no blog vimalprahlada.blogspot.com
    se quiser entrar em contato, será um prazer!! SAUDAÇÕES VIVAS.... Prahlada

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  3. Valeu, Úrsula.
    Sou vegetariano há 37 anos e me interesso cada vez mais pelo raw food. Pertenço a uma comunidade internacional de vegetarianos, à qual está ligada também a Clínica Naturista Oásis paranaense,que provavelmente você já conhece (fundada por Antonio Thomé). No começo do ano comprei em um sebo do Brooklin paulista (sou carioca, mas moro em São Paulo), um livro do David Wolfe (aquele verdinho, com ele e outros dois encima da árvore, na capa. Tenho lido. Gostei demais. Acho que precisamos continuar avançando. Obrigado por seu artigo. Sadações.
    Emilson Motta (emilsonmotta@yahoo.com.br)

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  4. como gostaria que tivesse restaurante crudivoro onde moro....
    sou vegana, mas ainda como alguns industrializados mortos.....

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