29 de abr. de 2007

Alimentos 'Vivos'

Técnica culinária usa produtos crus, orgânicos e funcionais, deixando de lado processos de industrialização e de cozimento, para a prevenção de doenças e preservação da saúde


Você já experimentou leite da terra, suco do Sol, pão dos essênios e musse de rosas? Não? Então, venha e esqueça o árido estilo da alimentação contemporânea. Nada de fast food, delivery, microondas e freezer, pesticidas ou aditivos químicos, pois um novo conceito de alimentação está ganhando adeptos em todo o mundo: a culinária viva, vega ou crudivorista, uma dieta à base de alimentos vegetais in natura, que não passam pelo processo de industrialização ou de cozimento. É o que mostra o médico gastroenterologista carioca, Alberto Peribanez Gonzalez, de 45 anos, formado em medicina pela Universidade de Brasília (UnB), mestre e doutor pelo Instituto de Pesquisa Científica de Munique, na Alemanha, e autor do livro Lugar de médico é na cozinha, lançado pela editora Universidade Estácio de Sá, onde ele é professor de fisiologia cardiovascular.

Para conhecer as idéias do médico, é preciso visitar um casarão histórico de três andares, na Lapa, na zona boêmia do Rio de Janeiro. Num dia de chuva fina, sob os arcos da Lapa, a equipe do caderno Bem Viver chegou à Oficina da Semente, com pequeno restaurante logo na entrada e uma cozinha, que é espécie de laboratório vivo, onde ele desenvolve técnicas culinárias para que os alimentos funcionais, orgânicos, germinados e crus possam ser assimilados por famílias de todas as classes sociais, na prevenção de doenças e preservação da saúde.

Na mesa posta do bistrô, o almoço começa a ser servido: salada verde, com chicória, alface, abacate, tomate e uva passa. Em seguida, vem a cevadinha, sopa, verduras amornadas e uma sobremesa que não leva açúcar, mas encanta o paladar. O leite da terra, com água de coco e castanhas é um néctar dos deuses.

Ao fundo, os cozinheiros Arzhel Racine, um francês de 24 anos; Ana Luiza da Silva, de 35, de Maceió; e outros alunos que são considerados pelo médico como agentes de saúde, pois estão ajudando a divulgar a alimentação viva. Na bancada da cozinha, germinam brotos de girassol e de trigo. Uma velha geladeira, que funciona no frio mínimo, guarda legumes, hortaliças, ervas frescas e frutas de todas as cores e sabores. O azeite extravirgem é o único usado no preparo dos alimentos. Assim, nenhuma gordura saturada vai ficar colada nas paredes da cozinha ou das artérias do coração. E, como não há cozimento, os nutrientes são inteiramente preservados.

Por instantes, Alberto sobe as escadas até a laje da casa, onde está preparando o pão dos essênios, cuja receita foi ensinada por Jesus Cristo e retirada dos manuscritos do Mar Morto. Como Hipócrates, o pai da medicina, Alberto Gonzalez, acha que o alimento é um dos caminhos da cura, o melhor remédio. E veste o avental para ensinar 88 receitas de alimentos crus e fáceis de preparar. Mas vai logo avisando: “Sou um médico normal. Em minhas consultas, o que muda é a prescrição”.



Déa Januzzi
Do Rio de Janeiro

Um comentário:

  1. Anônimo08:03

    necessito aprender a ter qualidade de vida, sou diabetica,sofro de insonia , preciso de remedios pra tudo, quero ser normal, me digam o que faço pra obter as 88 receitas, obrigada

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